Objetivos: compreender o ser no mundo enquanto sujeito em terapia hemodialítica para proposição de cuidado humano em sua dimensão estética; listar as percepções dos sujeitos portadores de doença renal crônica (DRC) acerca da dimensão estética de seu corpo em relação aos cuidados recebidos na terapia hemodialítica; propor cuidados de enfermagem a partir das percepções da corporeidade do ser no mundo em terapia hemodialítica na dimensão estética. Método: Estudo fenomenológico, descritivo-exploratório e qualitativo. Cenário: clínica de hemodiálise do estado do Rio de Janeiro. População: 163 usuários da clínica. Serão incluídos os maiores de dezoito anos, em terapia hemodialítica pela técnica de punção ropeladder há pelo menos dois anos. Estima-se uma amostra de 80 sujeitos, número correspondente ao total de pacientes em uso da técnica de ropeladder, os quais serão convidados pessoalmente a participar da pesquisa. Os dados serão coletados por entrevista fenomenológica e tratados segundo proposta de Amedeo Giorgio.
Descritores: Insuficiência Renal Crônica; Diálise Renal; Estética; Enfermagem.
Na fenomenologia da percepção, o corpo vem para o primeiro plano na reflexão do filósofo, revelando-se o modo por meio do qual o homem percebe o mundo, assim como a si mesmo. A partir da compreensão de que o homem está corporalmente inserido no mundo, ou seja, que suas relações com o outro e com a natureza são mediadas, primordialmente, pelo corpo, não há como deixar de pensar nos indivíduos que têm seu corpo marcado pela doença(1).
Nesse sentido, quando ocorrem modificações biológicas e estéticas relevantes, como no caso das alterações provocadas pela doença renal crônica (DRC) e seu tratamento, pode haver prejuízo da autoimagem corporal.
A DRC é considerada uma epidemia mundial de crescimento alarmante, cujos dados epidemiológicos apontam para a existência de mais de 110 mil pacientes em tratamento dialítico(2), que requer acesso vascular adequado. No Brasil, a canulação de fístulas arteriovenosas (FAV) é tradicionalmente efetivada pela técnica de ropeladder, a qual está associada ao aparecimento de aneurismas, cicatrizes, hematomas e, por consequência, prejuízo estético e complicações psíquicas(3).
Ante ao exposto, este estudo pretende abordar a insatisfação dos portadores de DCR quanto aos aspectos estéticos corporais e os cuidados de enfermagem, a partir da compreensão do sujeito aí no mundo e a percepção sobre sua corporeidade.
Como pode-se compreender o ser no mundo enquanto sujeito em terapia hemodialítica para proposição de cuidado humano em sua dimensão estética? Qual a relação dos sentidos e da terapia hemodialítica na teia tecida pela vida? Quais os cuidados de enfermagem que podem ser realizados a partir das percepções de corporeidade do ser no mundo em terapia hemodialítica na dimensão estética?
Compreender o ser no mundo enquanto sujeito em terapia hemodialítica para proposição de cuidado humano em sua dimensão estética; listar as percepções dos sujeitos portadores de DRC acerca da dimensão estética de seu corpo em relação aos cuidados recebidos na terapia hemodialítica; propor cuidados de enfermagem a partir das percepções da corporeidade do ser no mundo em terapia hemodialítica na dimensão estética.
Estudo fenomenológico, do tipo descritivo-exploratório, qualitativo, a ser desenvolvido em uma clínica de hemodiálise da rede privada, localizada na Região Metropolitana do estado do Rio de Janeiro.
A população do estudo será conformada pelos atuais 163 usuários da clínica. Para determinação da amostra serão incluídos os maiores de dezoito anos, que estejam em terapia hemodialítica, e em uso da técnica tradicional de punção de FAV (ropeladder) há pelo menos dois anos. Serão excluídos os que apresentarem déficit cognitivo que impossibilite a compreensão da entrevista, os não aderentes ao tratamento, isto é, faltosos recorrentes e/ou que não contemplam 12h de diálise semanal, e os que forem encaminhados para outro serviço de hemodiálise durante o período estipulado para coleta dos dados, previsto para março de 2017. Estima-se uma amostra de 80 sujeitos, número correspondente ao total de pacientes em uso da técnica de ropeladder, os quais serão convidados pessoalmente a participar da pesquisa.
Como técnica de coleta de dados será utilizada a entrevista fenomenológica que será conduzida pelo autor principal deste manuscrito e operacionalizada pela seguinte questão disparadora: “Como você vivencia a terapia hemodialítica no seu corpo?”. As entrevistas serão realizadas no cenário do estudo, após a sessão de hemodiálise de cada sujeito. Os depoimentos serão gravados em dispositivo do tipo mp4 e posteriormente transcritos integralmente.
Os dados serão tratados com base na proposta metodológica de Amedeo Giorgi, que obedece a quatro passos: (i) leitura intensa das descrições expressadas pelos participantes da pesquisa, com o propósito de apreender o sentido do todo do fenômeno; (ii) identificação das unidades de significado que se apresentam como discernimentos espontaneamente capturados em meio aos depoimentos; (iii) decomposição da linguagem do sujeito em linguagem científica, mantendo a ênfase no fenômeno pesquisado; (iv) síntese de estrutura da experiência do sujeito, que consiste na integração sintética das unidades de significado, transformando-as em uma declaração consistente da acepção psicológica do fenômeno observado.
Em respeito aos preceitos éticos, o projeto de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade Federal Fluminense, tendo sido aprovado por Parecer nº 1.589.579, de junho de 2016.
Programa de Doutorado em Ciências do Cuidado em Saúde, Escola de Enfermagem Aurora de Afonso Costa, Universidade Federal Fluminense.
Todos os autores participaram das fases dessa publicação em uma ou mais etapas a seguir, de acordo com as recomendações do International Committe of Medical Journal Editors (ICMJE, 2013): (a) participação substancial na concepção ou confecção do manuscrito ou da coleta, análise ou interpretação dos dados; (b) elaboração do trabalho ou realização de revisão crítica do conteúdo intelectual; (c) aprovação da versão submetida. Todos os autores declaram para os devidos fins que são de suas responsabilidades o conteúdo relacionado a todos os aspectos do manuscrito submetido ao OBJN. Garantem que as questões relacionadas com a exatidão ou integridade de qualquer parte do artigo foram devidamente investigadas e resolvidas. Eximindo, portanto o OBJN de qualquer participação solidária em eventuais imbróglios sobre a materia em apreço. Todos os autores declaram que não possuem conflito de interesses, seja de ordem financeira ou de relacionamento, que influencie a redação e/ou interpretação dos achados. Essa declaração foi assinada digitalmente por todos os autores conforme recomendação do ICMJE, cujo modelo está disponível em http://www.objnursing.uff.br/normas/DUDE_final_13-06-2013.pdf
Recebido: 04/10/2016 Revisado: 15/10/2016 Aprovado: 15/10/2016