Gestão em Saúde: A prática gerencial em unidades básicas de saúde

 Situação problema e sua significância

A gestão em saúde, na última década, aflorou como objeto de discussão da comunidade de especialistas, de políticos e dos profissionais vinculados ao setor, originando diversas propostas de intervenção para as unidades de saúde. Temos presenciado uma prática gerencial preocupada com o controle sobre a produção e que, apesar do esforço, não alcança resultados que se aproxime de um modo de gestão que provoque mudanças no modelo de atenção a saúde e transite pela descentralização. Pensar o processo gerencial em saúde articulado a proposta de reforma e transformação dos serviços é, em certa medida apostar em modos gerenciais capazes de identificar brechas em territórios naturalizados e mobilizar as práticas gerenciais que busquem a descentralização do Sistema de Saúde. Neste sentido investigar o processo gerencial em unidades básicas de saúde, torna-se uma relevante contribuição na construção da reforma dos serviços e do Sistema Único de Saúde (SUS).

A história é um elemento importante na identificação de fluxos que podem aportar idéias e levantar questões adormecidas no interior das relações organizacionais. É nesta perspectiva que apresentamos o objeto deste estudo, ou seja, o processo de gestão presente nas unidades básicas de saúde.

 Objetivos

Assim, os objetivos a serem alcançados pela pesquisa são: A partir da discussão entre gestão e modelo de atenção em saúde, cartografar os modos de gerenciar montado a partir do processo de trabalho da gestão empregado na condução da organização nas unidades básicas de saúde que encontram potência para a construção de um novo modelo assistencial centrado na prevenção e na descentralização do sistema. Identificar no processo de trabalho gerencial as principais fragilidades que impedem a gestão participativa e descentralizada. Identificar mecanismos e estratégias de apoio a gestão. Distinguir os limites e possibilidades que a gestão em saúde tem quanto à potencialização da descentralização.

 Aspectos metodológicos

A pesquisa no campo da Saúde Coletiva segue uma lógica semelhante a da pesquisa Social, pois é entendida enquanto prática de aproximação sucessiva da realidade, combinando a teoria que sustenta o estudo com os dados e as informações que são originados na investigação. Sendo assim, podemos nos apoiar em métodos de investigação da pesquisa Social para propor instrumentos que nos auxiliarão nesta constante aproximação e conhecimento do objeto a ser investigado na área de Planejamento e Administração de Serviços de Saúde.

A interação entre o pesquisador e os sujeitos pesquisados, situação constante nesta investigação, revela uma das características da pesquisa qualitativa, que segundo Minayo (1993) é a relação essencial nesta linha de investigação. Logo, além da pesquisa bibliográfica, o trabalho de campo é fundamental, pois “mostra homens engajados no seu próprio devir histórico e instalados em seu espaço geográfico concreto” (Lévi-Strauss (175, 212) apud Minayo, 106, 1993).

Para o trabalho de campo serão eleitas unidades básicas de saúde do Município de Niterói do Estado do Rio de Janeiro, excetuado os módulos do programa médico de família.

Os participantes do estudo compõe o corpo de profissionais de saúde que atuam nos diferentes processos de trabalho. Diretores, enfermeiros, auxiliares de enfermagem, médicos etc.

Ressalta-se que a pesquisa tem a aprovação do comitê de ética do HUAP/UFF e está sendo apreciada pela comissão da Secretária Municipal de Saúde de Niterói.

Espera-se com essa pesquisa: Fortalecer a relação serviço e ensino; Elaborar um boletim informativo com questões que auxiliem o gestor de unidade básica; Seminário de gestão descentralizada; Ampliar o campo de prática da Saúde Coletiva na área de Gestão em Saúde; Artigo cientifico e a Produção de textos de apoio nessa área.

Bibliografia de referência

Abrahão AL. Produção de subjetividade e gestão em saúde: cartografias da gerência  [Tese]. Campinas: UNICAMP; 2004.

Campos GWS. Um Método para Análise e Co-Gestão de Coletivos. São Paulo: Hucitec; 2000.

Sobral V, Silveira F, Tavares C, Santos I, Garcia A. The social and poetical care with the subjects of research - in the memory remains what it means. Online Brazilian Journal of Nursing [online]  2003 Agosto 2 (2) Disponível em: URL: www.uff.br/nepae/objn202sobraletal.htm 

  

Dados do projeto:

Projeto aprovado em maio de 2005 pelo comitê UFF/CNPq

Apoio financeiro à pesquisa: CNPq

Equipe de pesquisa: Lucia Cardoso Mourão Profª Instituto de Saúde da Comunidade/UFF, Mestre, DE; Valéria Lagrange;  Profª Adriana Ribeiro Rice Geisler. Profª Professora, Pesquisadora da EPSJV/FIOCRUZ, psicóloga, DE Professora, Pesquisadora da EPSJV/FIOCRUZ, sanitarista, DE ;  Marilda Andrade Profª da EEAAC/UFF e Giselle da Silva Passos, Aluna Bolsista