Weaning from mechanical ventilation in post- operatory: a clinical essay

Desmame ventilatório no pós-operatório de cirurgia cardíaca: um ensaio clínico

Márcia Ribeiro Braz. Hospital Pedro Ernesto/UERJ

Orientadora: Marluci Andrade Conceição Stipp. Escola de Enfermagem – UFRJ

 

Resumo: As enfermeiras do pós-operatório de cirurgia cardíaca do Hospital Universitário Pedro Ernesto utilizam como método para desmame, a ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV). A extubação ocorre em média, oito horas após a cirurgia, considerado um período longo. O objetivo do estudo foi comparar o tempo de ventilação mecânica entre duas modalidades de desmame: tubo T e SIMV. Trata-se de um ensaio clínico, randomizado e de grupo controle. Foi desenvolvido um protocolo de desmame ventilatório, utilizando como modalidade o uso do tubo T, comparado com o protocolo atual que utiliza a modalidade SIMV. Utilizou-se o teste t de Student para a comparação dos dois grupos, com o auxílio do programa GraphPad Instat 3.0. Os valores foram considerados significativos com p<0,05. Houve anuência do Comitê de Ética e Pesquisa da Instituição. Na análise prévia, comparando o tempo entre as duas técnicas, o uso da peça T foi a modalidade em que os pacientes saíram da prótese ventilatória em menor tempo (45 minutos). Contudo, os valores não foram significativos. Acreditamos que estes tenham ocorrido devido ao tamanho da amostra ainda ser pequeno (n=30). Observou-se que, quanto maior o nível de sedação no pós-operatório, mais rápido o desmame. Relacionamos este achado com a ausência dor sentida no pós-operatório. Um paciente sem dor, acorda mais tranqüilo da anestesia colaborando no processo de desmame. A dor acarreta limitação dos movimentos. Portanto, tosse, respiração profunda e mudanças de posição estarão restritas. Consequentemente o paciente acordará agitado necessitando contenção e sedação prolongando a saída da prótese ventilatória.

Palavras Chaves: Enfermagem, cirurgia cardíaca, ventilação mecânica

 

Introdução: No pós-operatório imediato (POI) de cirurgia cardíaca, os pacientes chegam sob assistência mecânica ventilatória. Uma polêmica é gerada em torno de qual método de desmame é mais eficaz. Responder pelos cuidados em assistência ventilatória requer controle quanto aos eventos adversos1 Com planejamento adequado e seguro e, uma vez o paciente tratado da causa que o levou a ventilação mecânica, sua liberação do ventilador deve ser, também a mais rápida possível2.

Situação problema: As enfermeiras que atuam na POI de cirurgia cardíaca do Hospital Universitário Pedro Ernesto utilizam como método para o desmame a ventilação mandatória intermitente sincronizada (SIMV), o paciente é extubado em média, oito horas após sua admissão na unidade, considerada um período longo. A redução do tempo na prótese diminui o risco de complicações respiratórias. A implementação de um protocolo de desmame fornece adequado controle hemodinâmico, diminuição de efeitos adversos4 diminuindo o tempo de intubação.

Objetivo - comparar o tempo de ventilação mecânica entre duas modalidades de desmame: tubo T e SIMV.

Metodologia: Ensaio clínico, randomizado e de grupo controle. Foi desenvolvido um protocolo de desmame, utilizando como modalidade o uso do tubo T. Para análise estatística, utilizou-se o teste t de Student para a comparação dos dois grupos, com o auxílio do programa GraphPad Instat 3.0. Os valores foram considerados significativos quando p<0,05. O estudo foi aprovado pelo Comité de Ética e Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto.

Resultados preliminares: As características gerais apontam para poucas diferenças entre os grupos controle e experimental, tendo como predominância o sexo masculino no grupo experimental, assim como, as características clínicas de ambos os grupos. Na análise prévia, a comparação do tempo entre as duas técnicas de desmame, o uso da peça T foi a modalidade em que os pacientes saíram da prótese ventilatória em menor tempo (45 minutos), mas os valores não foram significativos, acreditamos que tal fato ocorreu devido ao pequeno tamanho da amostra (n=30). Atualmente a maioria dos trabalhos na literatura mundial se divide em concluir qual método é mais eficaz, porém os resultados se resumem entre o Pressure Support Ventilation (PSV) e a peça T, sendo a SIMV geralmente, o método mais demorado de desmame3. Outro destaque do estudo foi em relação ao nível de sedação dos pacientes, observamos que quanto maior a sedação do paciente ao ser admitido na unidade, mais rápido é retirado da prótese ventilatória. Relacionamos este achado com a ausência de dor sentida no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Um paciente sem dor, acorda mais tranqüilo da anestesia e colabora no processo de desmame. A dor acarreta limitação dos movimentos. Portanto, tosse, respiração profunda e mudanças de posição estarão restritas. Consequentemente, o paciente acordará agitado, ansioso, podendo ocorrer contenção no leito e sedação, prolongando assim, a saída da prótese ventilatória.

Referências:

1. Manthous C, Schmidt  G, Hall  J. Liberation from mechanical ventilation: a decade of progress. Chest 1998; 114 (3): 886-901.

2. Djaiani G N, Ali M;  Heinrich L, Bruce J, Carroll J, Karski J, Cusimano RJ, Cheng DC. Ultra-fast-track anesthetic technique facilitates operating room extubation in patients undergoing off-pump coronary revascularization surgery. Journal of cardiothoracic and vascular anesthesia; 2001; 15(2):152-7.

3. Dopico L, Castelloes TM. Accidental extubation in intensive care unit: a review of literature. Online Brazilian Journal of Nursing [online] 2006 apr; [citado 03 set 2007]; 5 (1). Disponível em: www.uff.br/objnursing/index.php/nursing/article/view/71/23.

4. Azeredo C A C. Técnicas para o desmame no ventilador mecânico. São Paulo: Manole, 2002.

Nota: Projeto de Tese de Doutorado do Programa de Pós-graduação Strictu Senso da Escola de Enfermagem Anna Nery aprovado em 30/05/2006 pela banca composta por Profª Dra. Marluci Andrade Conceição Stipp, Prof. Dr. Armando Nogueira, Profª Dra. Josete Luzia Leite. Aprovado pelo CEP do Hospital Pedro Ernesto/UERJ. Protocolo1475-CEP/HUPR-CAAE

Endereço para correspondência: Rua Rafael Haenny nº 9ª. Sepetiba, Rio de Janeiro. CEP: 23535-640.

Received Sep 9th, 2007

Accepted: Sep12 th, 2007